
Como fazer para cadastrar procurador no site do DETRAN de São Paulo
Lidar com burocracias, especialmente aquelas relacionadas ao Detran, pode ser um processo demorado...
Quando um aparelho de medição acusa a presença de álcool no organismo, o motorista é multado. Recusar-se a fazer o teste também é infração. Mas, até uma punição ser aplicada, há um longo caminho
A famigerada Lei Seca, oficialmente Lei Nº 11.705, foi criada em 2008 e, de lá para cá, ela teve várias mudanças substanciais. Ela foi elaborada com o intuito de diminuir os acidentes e outras infrações de trânsito provocadas pela ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir. O que não mudou: qualquer pessoa pode recorrer contra uma autuação por embriaguez. E, mesmo que pareça impossível, vencer uma causa administrativa como essa não é algo raro. O aparato tecnológico utilizado hoje na autuação acaba contribuindo para o sucesso de muitos recursos contra as autoridades de trânsito. Pode até ajudar a evitar a suspensão e até a cassação da CNH - Carteira Nacional de Habilitação.
No início do vigor da lei, eram admitidos até 0,6 gramas de álcool por litro de sangue no organismo. Recentemente, foi adotada a tolerância zero para embriaguez ao volante. Agora, qualquer quantidade pode levar a essas severas punições, incluindo multas de quase R$ 3 mil e até prisão de cinco a oito anos, caso seja configurado o crime de trânsito. Tudo é consequência da falta de bom senso dos condutores, que se arriscam (e arriscam a vida de terceiros) ao dirigir embriagados. Mas enganos, mal-entendidos e injustiças acontecem o tempo todo. Não é possível dizer que cem por cento das autuações por embriaguez ao volante são corretamente aplicadas e todas as regulações observadas.
Uma consultoria especializada consegue explorar a burocracia que o próprio sistema de fiscalização cria e reverter multas, suspensões e cassações de CNH
Contudo, o etilômetro, aparelho criado pelo médico norte-americano, Dr. Rolla N. Harger, em 1931, é um elemento central na fiscalização de ruas e rodovias. Entretanto, as polícias e órgãos de fiscalização de trânsito não podem simplesmente ir comprando etilômetros em uma loja por aí e começar a usar. Há uma série de regulamentações, especificações, certificações e adequações necessárias antes do aparelho ir a campo. Para os motoristas, ter lido e compreendido bem as leis que envolvem o bafômetro será de grande ajuda, caso se depare com uma blitz da Lei Seca. Principalmente se ele tiver consumido álcool.
Exatidão
"Eu não trabalho com acho. Eu trabalho é com exatidão, ó". Essa frase engraçada é da Valdéia, faxineira de D. Hermínia no filme "Minha mãe é uma peça", do diretor André Pellenz. A tal exatidão, que ela faz tanta questão de salientar, é muito importante na hora do teste do bafômetro. Mesmo que a lei tenha ficado mais rígida, não admitindo nenhuma quantidade de álcool no organismo, ela mesma prevê uma margem de erro do aparelho, que é de 0,04 miligramas de álcool por litro de ar alveolar, ou seja, ar dos pulmões do indivíduo submetido ao teste.
Trata-se da resolução Nº 432/2013 do Contran - Conselho Nacional de Trânsito. Quanto mais precisa for uma lei em suas definições, melhor. Mas, por ironia, as máquinas não são perfeitas e nos dão resultados muitas vezes imprecisos. Por isso o legislador, na hora de elaborar a leis e resoluções, teve que levar em conta esse fator.
O uso do etilômetro está previsto nesta resolução, pois ela estabelece os procedimentos corretos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes de fiscalização. A intenção com isso é possibilitar a aplicação dos seguintes artigos do CTB - Código de Trânsito Brasileiro:
Artigo 165 - Que, trata da penalidade por dirigir sob influência de álcool
Artigo 276 - Determina que qualquer quantidade de álcool é passível de punição
Artigo 277 - Prevê o teste do bafômetro
Artigo 306 - Prevê o crime de trânsito
Voltando à resolução 432 do Contran: em seu artigo 3º ela determina a confirmação da alteração da capacidade psicomotora por influência de substância psicoativa através de pelo menos um dos procedimentos listados: exame de sangue; exame laboratorial, em caso da substância não ser álcool; teste do bafômetro; sinais que indiquem alterações; prova testemunhal, como vídeo, imagem e outros meios de prova. Mas, no § 2º do inciso IV, a regulamentação determina que "nos procedimentos de fiscalização deve-se priorizar a utilização do teste com etilômetro".
Requisitos do bafômetro
O modelo do etilômetro usado pelo órgão fiscalizador de trânsito deverá ser aprovado pelo Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Os bafômetros devem passar por uma verificação inicial feita pelo Inmetro, ainda antes de serem comercializados, nas dependências do fabricante do aparelho.
Além dessa verificação, ainda serão feitos “ensaios de exatidão e repetitividade”, através de um simulador de sopro. O simulador, por sua vez, também precisa usar uma solução de etanol em água também certificada. Há também o ensaio de durabilidade, onde o aparelho é submetido a determinadas temperaturas, umidades relativas do ar, vibrações e choques. Todos esses testes e ensaios também precisam ser realizados em conformidade com normas técnicas oficiais. Mas as exigências não param por aí.
O etilômetro também deve ser calibrado anualmente e receber, a cada período de doze meses, um selo de certificação com data de validade. É o que determina a Portaria Nº 6 (2002):
O etilômetro deve trazer, em português, de forma indelével e irremovível, as seguintes inscrições:
Etilômetro;
Marca ou nome do fabricante;
Designação do modelo, número de série e ano de fabricação;
Escala de medição;
mg/L (Unidade de medida)
Número da portaria de aprovação de modelo;
País de origem.”
O item 5.14 da mesma portaria, “ Sistema de coleta da amostra de ar” também merece atenção dos condutores abordados em blitz. Preste atenção ao que diz:
O sistema de coleta de ar do etilômetro, incluindo o bocal, não deve permitir que o indivíduo inale ar contaminado por medições anteriores. O sistema deve ser capaz de impedir a deposição de gotículas provenientes do ar expirado no etilômetro.
É por isso que vale a pena dar uma boa olhada no bocal, quando se tratar de um bafômetro tradicional. O bocal descartável previne a contaminação do teste de uma pessoa pelo teste feito anteriormente, além de proteger quem usa de outros tipos de contaminação.
Já inventaram um bafômetro sem a necessidade de bocais. Chama-se bafômetro passivo. Leia sobre essa novidade.
REFERÊNCIAS:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=250598
http://www.planalto.gov.br/ccivil%5F03/leis/l9503.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto%5FNacional%5Fde%5FMetrologia,%5FQualidade%5Fe%5FTecnologia
http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000750.pdf
https://www.nytimes.com/1983/08/10/obituaries/rolla-n-harger-dies-invented-drunkometer.html
https://www.unitech.com.sg/blog/breathalyzers-uses-in-singapore/
"Graduado em Direito pela UEL e MBA em Business Intelligence, Geraldo Magela alia sua formação jurídica com um conhecimento abrangente em análise de dados e tendências de mercado. Mestrando em Computação Aplicada pela UTFPR, ele se destaca por aplicar uma visão estratégica que vai além do convencional. Sua abordagem ajuda a garantir que nossos produtos não apenas façam sentido tecnicamente, mas também estejam em conformidade com as normas e expectativas do setor agrícola moderno."
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Lidar com burocracias, especialmente aquelas relacionadas ao Detran, pode ser um processo demorado...
Desde que foi criada, a [Lei Seca](https://www.magelrecorre.com.br/blog/beber-e-dirigir-conheca-o-p...
Se você não recorreu no processo de suspensão, ou se todos recursos que você apresentou foram indefe...
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